5 de junho de 2010

Muito prazer: Mário Júnior

Substituir o melhor líbero do mundo, Serginho, não deve ser uma das tarefas mais fáceis de desempenhar. O carioca Mário Júnior campeão da Super Liga pelo time de Florianópolis ganhou essa "pequenina" tarefa.

Os especialistas dizem que ele não decepcionou, sem medo de jogar, com personalidade forte, ainda não é um Serginho, mas está no caminho certo.

Não vou comentar os jogos contra a Bulgária, vocês poderão ver na terça-feira com a Luciana. Agora com vocês uma entrevista com o novo líbero do Brasil feita pelo Vôlei Brasil:

Em 1998, quando a função de líbero foi introduzida para permitir disputas mais longas de pontos, o voleibol se tornou ainda mais atraente para o público. Nesta época, o carioca Mario da Silva Pedreira Júnior tinha 16 anos e ainda era ponteiro passador.

Em seu primeiro ano de adulto, entrava para sacar e fazia o fundo de quadra... e pensou: "Como atacante, serei apenas mais um, com poucas chances de chegar à seleção".


Quando arrumou as malas para deixar o Vasco/Três Corações e atuar em Blumenau, seguiu conselhos de treinadores e mudou de posição.

Ah, como ouvir os mais velhos é bom! Tanto que o casamento de Mario Jr. com a função foi amor à primeira vista. Aos 19 anos, recebeu o troféu de Melhor Passe da Superliga.

Atualmente, é tricampeão nacional e faz parte do grupo de Bernardinho na Liga Mundial. Confira a entrevista exclusiva do atleta, de 91kg e 1,92m, concedida ao VôleiBrasil:
VB - É verdade que você praticava artes marciais na infância?

"Fiz karatê até os 11 anos... aquela época em que muitas crianças querem fazer alguma luta. Parei na faixa roxa. E dediquei bastante tempo à arte marcial, inclusive disputando torneios e ganhando algumas medalhas. Mas, entre os anos de 1992 e 93, comecei a me encantar pelo vôlei. O Brasil tinha sido campeão olímpico e, no ano seguinte, campeão da Liga Mundial pela primeira vez. O Giovane era o melhor jogador, e é um ídolo para mim. Me motivou e eu comecei a jogar vôlei".

VB - Você começou a jogar vôlei por acaso, de tanto acompanhar os treinos da sua irmã?

"Minha irmã, quatro anos mais velha, jogava vôlei no Tijuca Tênis quando eu estava no karatê. Ela me ajudou bastante. Eu a via jogar e ia com a minha mãe buscá-la no clube. Após os treinos eu começava a brincar de vôlei e iniciei no pré-mirim do próprio Tijuca".


VB - Ela se tornou atleta profissional?

"Minha irmã prosseguiu no vôlei até a Universidade, quando foi jogar nos Estados Unidos há 7 anos. Através do esporte, ela conseguiu bolsa de estudos e se formou lá, onde trabalha e mora até hoje. Foi um proveito que ela tirou do vôlei, que a ajudou no lado profissional. Converso todo dia com ela através da internet, por Skype ou MSN. Ela acompanha os jogos todos. Sou o caçula e ainda tenho uma outra irmã, que é dentista".

VB - Quais as lembranças que você tem dessa época?

"No Tijuca, os técnicos Gilberto (mirim e infantil) e Mauro Lima (infanto e juvenil) me ensinaram muita coisa... que o atleta deve ter disciplina, comprometimento e horário".

VB - Antes de se tornar líbero, qual função fazia em quadra?

"Meu forte na época era recepção. Joguei como ponteiro passador até os 18 anos. Quando fui para o adulto, treinado pelo Marquinhos Lerbach no Vasco/Três Corações, entrava para sacar e fazia o fundo de quadra. Não tinha líbero ainda. No ano seguinte, logo que iniciou a regra com um líbero na quadra, resolvi no Blumenau mudar de posição. Foi um conselho que recebi de vários técnicos".

VB - Você se adaptou rapidamente à nova função?

"Aos 19 anos, fui eleito o Melhor Passe da Superliga e vi que tinha um potencial muito grande. Me falavam que eu iria ser um grande líbero, um dos melhores, com chances de chegar à seleção. Enquanto ponteiro eu iria ser apenas mais um, porque existem vários bons. E fui aprimorando: já era eficiente no passe e tinha que melhorar na defesa. E é assim até hoje: a cada dia tenho de melhorar mais".

VB - Fale um pouco sobre as seleções de base antes de 2004, quando ainda não existia o CDV-Saquarema.

"Fui chamado para as seleções brasileiras infanto-juvenil e juvenil, sempre como atacante. Murilo também fazia parte desses grupos. Na época, não existia o CDV e ficávamos nos hotéis mesmo: com o Percy Oncken em Londrina e o Marquinhos Lerbach em Poços de Caldas".

VB - Como você se sente na seleção adulta?

"A convocação é fruto do trabalho que demonstrei na Cimed, sendo campeão por três anos consecutivos da Superliga. Devo muito ao clube, aos dirigentes e à comissão técnica, que fez um trabalho específico de líbero comigo. Em 2008, cheguei pela primeira vez a Saquarema pela seleção de novos. Estou na seleção adulta desde o ano passado e procuro ir me firmando".

VB - Como foram os primeiros jogos substituindo o consagrado Sergio Escadinha?

"Tive oportunidade de jogar a Liga Mundial 2009 contra a Venezuela, em Caracas, e depois mais cinco amistosos contra a seleção dos Estados Unidos em Uberlândia e Montes Claros. Os jogos vão surgindo e vou aproveitando as oportunidades. Chegar aqui na seleção já é uma grande conquista. Se manter é mais difícil".

VB - De que forma você encarou em 2009 a regra que beneficiou os líberos?

"A regra serve para que um líbero possa ser substituído por outro, por exemplo, num caso de lesão. Outras vezes, dar um descanso para o líbero titular, pois são muitos jogos. Antes não podia trocar os líberos durante o jogo. Quem faz a função terá mais oportunidades em clubes e na seleção. Agora, muitos atletas vão querer ser líbero".

VB - Como você define o Mario Jr. em 2010?

"Mais tranquilo e confiante. O grupo me aceitou, acolheu. Viu que eu tenho potencial para substituir o Serginho. Ninguém consegue alcançar o nível dele, mas procuro fazer o certo e parecido com o que ele faz".

VB - Que tipo de passatempo você curte em Saquarema?

"Um mergulho na praia, aqueles 10 minutinhos para relaxar. Gosto de ficar um pouquinho na piscina do CDV. Mas o que gosto mais é de ficar na internet, lendo emails, notícias... e no quarto descansando".

VB - E música? Não curte ouvir?

"Em casa, parado, não gosto muito de ouvir. Gosto mais no avião, ou de ligar o iPod no ônibus".

VB - Qual é o seu prato preferido?

"Arroz, feijão, bife e batata frita".

VB - No CDV-Saquarema, você faz parte do grupo de rubro-negros, assim como Leandro Vissotto, o fisioterapeuta Fiapo e a líbero Fabi. Você torce pela TV?

"Acompanho todos os jogos de futebol do Flamengo e sou fanático. Mas na seleção também tem muito colorado, gremista, são-paulino, corintiano... além de vôlei e futebol, curto ver partidas da NBA".


  • Nome Completo: Mário da Silva Pedreira Júnior
  • Data de Nascimento: 03/05/1982
  • Cidade: Rio de Janeiro - RJ
  • Altura: 1.92m
  • Peso: 88kg
  • Time: Flamengo
  • Perfume: Carolina Herrera 212
  • Livro: Pai rico, pai pobre
  • Filme: Tropa de Elite e Cidade de Deus
  • Prato preferido: Arroz, feijão, farofa, bife e batata frita
  • Ator e/ou Atriz: Wagner Moura
  • Cantor e/ou Cantora: Zeca Pagodinho
  • Viagem inesquecível: Ilhas Canarias, Tenerife (Espanha)
  • Jogo inesquecível: Cimed x Minas (Final da Superliga 2008/2009)
  • Ídolo: Meu pai e minha mãe
  • Técnico: Mauro Lima (Franguinho)
  • Hobbie: Ir à praia e ficar com a família
  • Frase: Deus ajuda a quem trabalha
 Equipe VôleiBrasil

Fotos: CBV - Alexandre Arruda

3 comentários:

rafs disse...

Começamos bem, com um adversário que deu trabalho. Murilo jogou muito! E o Mário Jr. não deixou a peteca cair, ou melhor, a bola: mandou muito bem substituindo o insubstituível Serginho!!

Gremista Fanático disse...

Oi Rafaela, menina realmente nao deve ser nada facil substituir o Serginho mas o Mario vem fazendo muito bem esse papel, joga muito. Bela entrevista.

Vamos pular a parte do jogo dos nosso tricolores,rsrs, mas pelos desfalques que o Gremio tinha eu temia pelo pior mesmo, mas enfim, parabens pela vitoria do seu time, beijos.

Saudações do Gremista Fanático

FuteB.R.O.N.C.A.! disse...

Jogou muito! É bom saber que temos um bom substituto para o Serginho. Beijos!!!