5 de fevereiro de 2011

Muito prazer, Mônica Rodrigues. Medalhista olímpica do vôlei de praia

Em 1996, nas olimpíadas de Atlanta, uma nova modalidade olímpica foi inserida: o vôlei de praia. Na final, o Brasil foi representado no pódio por duas duplas brasileiras: Jacqueline e Sandra, que conquistaram a medalha de ouro, e Adriana e Mônica que ficaram com a prata e comemoraram muito!

Passeando pela internet, achei no site do Vôlei Brasil, uma entrevista bem bacana com a ex-atleta de vôlei de praia, Mônica Rodrigues, que atualmente é adepta do beach tênis nas areias cariocas. Mônica também tem um Centro de Treinamento de Vôlei de Praia no Posto 10, em Ipanema, no Rio de Janeiro, onde treina a dupla Daniel e Cabral, que disputa o Circuito SUB-21 de Vôlei de Praia.

Mônica (de azul), na final de Atlanta, em 96.
Impossível lembrar dos velhos tempos do vôlei de praia sem vir à cabeça a imagem dessa medalhista olimpíca. É verdade que hoje a atleta está bem acima do peso. Vale a pena conferir:


Mônica, qual a influência do voleibol em sua vida e por que você escolheu esta modalidade para seguir carreira? Conte-nos um pouco de como você começou.
Sempre gostei de praticar esporte. Estudava na Escola Americana e a hora da saída era 15h. A professora de Educação Física sempre falava para eu ir jogar num clube. O horário da categoria mirim e infantil era 14h e, por isso, só comecei a jogar com 15/16 anos quando fui estudar pela manhã numa escola brasileira. O Jorjão, hoje meu marido, viu um jogo do intercolegial e falou para eu ir no Fluminense treinar, local onde ele dava treino. Treinava em todas as categorias, para melhorar a técnica, parte física e aprender a jogar. Em três meses, consegui chegar nos objetivos traçados e peguei a seleção carioca e brasileira infanto em 1983. Vi que era isso que queria para minha vida, ser atleta profissional. A maior influência do voleibol na minha vida é não ter um “jogo” perdido, mas sim determinação e perseverança superando obstáculos... Esses foram os maiores ensinamentos. Com o vôlei de praia, melhorei minha timidez e veio à tona minha personalidade forte.

Qual o maior desafio de um atleta que joga vôlei de praia?
Superação sempre. O atleta de vôlei de praia tem que ser forte em todos os sentidos. Não tem substituição e, com isso, tem que resolver os problemas do jogo imediatamente. Para ser realmente um atleta de ponta, é fundamental ter determinação no dia-a-dia, confiança em você e no seu parceiro, além dos aspectos físicos e táticos e da disciplina que são fundamentais. Tem que ser completo para chegar ao topo!

O vôlei de praia inciou- se nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e você levou a prata com a Adriana Samuel. Qual a lembrança desse dia?
 A melhor possível. Um momento muito marcante e o de maior alegria foi o jogo da semi-final, contra a Austrália. Jogamos muito bem e ganhamos de 15x3. Foi perfeito! Inesquecível! Na final, perdemos... Uns minutos de tristeza e depois a alegria de termos feito uma final brasileira e termos conquistado a medalha de prata. A grande surpresa foi quando chegamos de volta ao Brasil. Nós não tínhamos noção da repercussão e a alegria foi geral!

Você jogou por onze anos e conquistou onze títulos. Em sua carreira, qual o título que você considerou mais importante?
Cada título tem seu valor e sua história. Todos foram importantes. Um título de uma etapa do Circuito Mundial no Japão foi muito marcante pra mim. Chegamos ao Japão depois de termos sido campeãs em Portugal e de um vôo de 16 horas. Estava com uma infecção intestinal que durou a semana toda, com direito a desmaio no aeroporto e tudo mais. Já a Adriana, estava com infecção na garganta. Não conseguíamos nem levantar da cama e nem comer nada... Emagreci 8kg nesta semana. No Japão estava 40graus! Fomos indo até pegarmos Adriana / Shelda na semi-final – uma hora de jogo. Ganhamos depois de um jogo disputadíssimo. Vencemos a final, mas não me lembro o time. Foi o campeonato de maior superação em toda minha carreira!
Já a maior conquista foi a medalha de prata, nos Jogos Olímpicos de Atlanta de 1996.

Qual seu ídolo no vôlei? Mônica Rodrigues - Ao invés de citar um ídolo do vôlei, prefiro citar a dupla Adriana Behar e Shelda, uma dupla espetacular e que sempre admirei muito. Além delas, tenho grande admiração pelos os técnicos Jorge Barros e Bernardinho. Com certeza, profundos conhecedores do voleibol e incansáveis em seus objetivos...Eles fazem seus times, mesmo sem serem os melhores, chegarem ao topo. Dão nó em pingo d’água!

Hoje, como é seu dia a dia?
Mônica Rodrigues - Dou aula de beach tennis todas às manhãs. Enquanto isso, na quadra de vôlei, minha assistente Alê, dá aula de vôlei para adultos. Às 9h30, começa o treino dos meninos, que vai até 12h. Saio para levar meu filho no colégio. Às vezes temos treino à tarde. Depois de 17h, me dedico ao meu filho...estudar, brincar ou simplesmente estar junto.

Essa semana publiquei também no meu blog o vídeo com a participação da dupla Adriana Behar e Shelda no programa De Frente com Gabi. Para quem quiser também matar um pouco da saudade dessas super feras, clique aqui e assista.

2 comentários:

rafs disse...

Dessas quatro medalhistas que fizeram história, talvez a Mônica seja a menos lembrada. Bem legal essa entrevista com ela!

Juliana Netto disse...

Pois é, Rafs! Quase ninguém se lembra da Mônica. Muito se fala em Jaqueline e Sandra até hoje. Embora a Mônica não tenha voltado de Atlanta com o ouro, aquela final 100% brasuca vai ficar eternamente marcada na lembrança do torcedor que acompanhou aqueele momento.