Sim, o Corinthians ousou e o futebol brasileiro como um todo, mais do que nunca está em alta. E não estou falando apenas sob o ponto de vista técnico dos atletas com a bola no pé. Os clubes de futebol por aqui finalmente começam a adquirir status de “empreendimento”.
Porque para jogar futebol, basta dois pares de chinelo para demarcar as traves e uma rua com pouco movimento para a garotada bater uma bola. Daí partem para uma quadra poli esportiva na escola, um campinho de Suíço na chácara ou um grande gramado com medida semi-oficial no clube de campo.
Alguns campos de futebol receberam vestiário, refeitório, enfermaria e nome... sim, um NOME com registro na federação estadual, e finalmente começaram a disputar a série mais baixa do futebol regulamentado, com árbitro e tudo.
A partir daí os clubes passaram a desenvolver-se em velocidades diferentes crescendo em número de torcedores, em estrutura física e patrimonial, em qualificação profissional de atletas e departamento técnico, e até criando verdadeiros escritórios administrativos com departamento jurídico e tudo para defender os interesses da agremiação.
O fato é que o futebol brasileiro, mesmo sem contar com a seriedade e o comprometimento administrativo de seus gestores (isso é típico do brasileiro, cuidar com desdém daquilo que não lhe custou dinheiro do bolso), sempre formou grandes craques, o que supria a inoperância, a falta de comprometimento organizacional e até falta de capacidade para usar a razão ao invés da emoção nos negócios.
Devido à fraqueza gerencial e conseqüente falta de recursos nossos clubes nunca conseguiram ser objetos do desejo de grandes craques, não provendo os recursos financeiros para encantar um jovem atleta e ajudá-lo a superar a ânsia de enriquecer rápido, mesmo que em pequenos clubes da Europa. Assim, um jogador de nível de seleção preferia jogar no Teneriffe ou La Corunha da Espanha a permanecer no Corinthians e Palmeiras; preferia jogar no Lokomotiv a ficar no Flamengo; preferia jogar no Betis, no Napoli, no Olimpiakos, no Middelsbrough a ficar no São Paulo, Grêmio, Vasco ou Cruzeiro. Isso sem falar nos que iam cheios de alegria para o “promissor” futebol do oriente médio, Japão e até pro Vietnã!!
Mas como eu já disse, os tempo mudaram, e o futebol brasileiro finalmente começou a encorpar como empreendimento. E vamos ser justos, porque apesar do pioneirismo de alguns clubes, quem está favorecendo a virada de página do antigo para o novo futebol brasileiro é o Corinthians.
O São Paulo bem que tentou quando repatriou o inesquecível Raí do PSG, assim como o Cruzeiro quando trouxe Rivaldo, o Palmeiras com Cafu e o Flamengo e Vasco com Romário. Depois disso alguns ex-craques nacionais também voltaram, e o São Paulo foi o caminho de alguns deles, como Amoroso, Ricardo Oliveira, e até o Imperador Adriano.
Tudo isso foi muito peculiar, e alguns deles até trouxeram grandes títulos. Mas a jogada de alto risco com o frágil e polêmico Ronaldo definitivamente mostrou que o fenômeno em campo não é mais fenomenal do que na mídia, deixando outras repatriações, como a de Fred no Fluminense, parecendo uma contrataçãozinha de praxe.
Ronaldo trouxe tanto retorno ao futebol do Corinthians e ao futebol nacional, que nosso competitivo Campeonato Brasileiro será a grande atração nesse ano de 2010 nos jornais esportivos do planeta. E tudo isso graças ao efeito cascata do fenômeno: após ele, fixou-se o Imperador no Flamengo, voltou Giovanni ao Santos, Roberto Carlos também no Corinthians, o próprio Fred que permaneceu no Flu, além da volta de Robinho também para o peixe da Vila. Ainda me lembro de Fernandão, Danilo, Roger, Emerson, Marcelinho Paraíba, e outros que deixaram saudades em seus clubes e voltaram ao futebol brasileiro.
Ou seja, se fisicamente alguns desses velhos de guerra deixam ainda dúvidas, tecnicamente e visualmente para as câmeras eles parecem ser muito produtivos.
No vácuo desse efeito o futebol brasileiro se desenvolve. Os clubes arrecadam mais, a torcida comparece mais, os clubes produzem espetáculos mais interessantes, a TV fatura mais, e outros craques endinheirados do enfadonho velho mundo já cogitam voltar a viver e jogar em território brasuca.
Tudo isso graças à melhor visibilidade dos patrocinadores na mídia gratuita, que daqui em diante tende a ser progressivo e movimentar milhões em vários clubes de tradição, tornando nosso futebol tão interessante e valorizado que o sonho de fazer dinheiro na Europa como o principal objetivo de carreira pode se tornar coisa do passado...
... ou será que tudo isso não passa de uma jogada pessoal só para se aproximar de Teresópolis, de olho na África?! O futuro dirá.
Adriano Berger
Autor de “O esporte, a sociedade e mundo dos negócios”
Quer participar? Envie seu texto para apenasumpontoesportivo@gmail.com Assunto: Convidados
Porque para jogar futebol, basta dois pares de chinelo para demarcar as traves e uma rua com pouco movimento para a garotada bater uma bola. Daí partem para uma quadra poli esportiva na escola, um campinho de Suíço na chácara ou um grande gramado com medida semi-oficial no clube de campo.
Alguns campos de futebol receberam vestiário, refeitório, enfermaria e nome... sim, um NOME com registro na federação estadual, e finalmente começaram a disputar a série mais baixa do futebol regulamentado, com árbitro e tudo.
A partir daí os clubes passaram a desenvolver-se em velocidades diferentes crescendo em número de torcedores, em estrutura física e patrimonial, em qualificação profissional de atletas e departamento técnico, e até criando verdadeiros escritórios administrativos com departamento jurídico e tudo para defender os interesses da agremiação.
O fato é que o futebol brasileiro, mesmo sem contar com a seriedade e o comprometimento administrativo de seus gestores (isso é típico do brasileiro, cuidar com desdém daquilo que não lhe custou dinheiro do bolso), sempre formou grandes craques, o que supria a inoperância, a falta de comprometimento organizacional e até falta de capacidade para usar a razão ao invés da emoção nos negócios.
Devido à fraqueza gerencial e conseqüente falta de recursos nossos clubes nunca conseguiram ser objetos do desejo de grandes craques, não provendo os recursos financeiros para encantar um jovem atleta e ajudá-lo a superar a ânsia de enriquecer rápido, mesmo que em pequenos clubes da Europa. Assim, um jogador de nível de seleção preferia jogar no Teneriffe ou La Corunha da Espanha a permanecer no Corinthians e Palmeiras; preferia jogar no Lokomotiv a ficar no Flamengo; preferia jogar no Betis, no Napoli, no Olimpiakos, no Middelsbrough a ficar no São Paulo, Grêmio, Vasco ou Cruzeiro. Isso sem falar nos que iam cheios de alegria para o “promissor” futebol do oriente médio, Japão e até pro Vietnã!!
Mas como eu já disse, os tempo mudaram, e o futebol brasileiro finalmente começou a encorpar como empreendimento. E vamos ser justos, porque apesar do pioneirismo de alguns clubes, quem está favorecendo a virada de página do antigo para o novo futebol brasileiro é o Corinthians.
O São Paulo bem que tentou quando repatriou o inesquecível Raí do PSG, assim como o Cruzeiro quando trouxe Rivaldo, o Palmeiras com Cafu e o Flamengo e Vasco com Romário. Depois disso alguns ex-craques nacionais também voltaram, e o São Paulo foi o caminho de alguns deles, como Amoroso, Ricardo Oliveira, e até o Imperador Adriano.
Tudo isso foi muito peculiar, e alguns deles até trouxeram grandes títulos. Mas a jogada de alto risco com o frágil e polêmico Ronaldo definitivamente mostrou que o fenômeno em campo não é mais fenomenal do que na mídia, deixando outras repatriações, como a de Fred no Fluminense, parecendo uma contrataçãozinha de praxe.
Ronaldo trouxe tanto retorno ao futebol do Corinthians e ao futebol nacional, que nosso competitivo Campeonato Brasileiro será a grande atração nesse ano de 2010 nos jornais esportivos do planeta. E tudo isso graças ao efeito cascata do fenômeno: após ele, fixou-se o Imperador no Flamengo, voltou Giovanni ao Santos, Roberto Carlos também no Corinthians, o próprio Fred que permaneceu no Flu, além da volta de Robinho também para o peixe da Vila. Ainda me lembro de Fernandão, Danilo, Roger, Emerson, Marcelinho Paraíba, e outros que deixaram saudades em seus clubes e voltaram ao futebol brasileiro.
Ou seja, se fisicamente alguns desses velhos de guerra deixam ainda dúvidas, tecnicamente e visualmente para as câmeras eles parecem ser muito produtivos.
No vácuo desse efeito o futebol brasileiro se desenvolve. Os clubes arrecadam mais, a torcida comparece mais, os clubes produzem espetáculos mais interessantes, a TV fatura mais, e outros craques endinheirados do enfadonho velho mundo já cogitam voltar a viver e jogar em território brasuca.
Tudo isso graças à melhor visibilidade dos patrocinadores na mídia gratuita, que daqui em diante tende a ser progressivo e movimentar milhões em vários clubes de tradição, tornando nosso futebol tão interessante e valorizado que o sonho de fazer dinheiro na Europa como o principal objetivo de carreira pode se tornar coisa do passado...
... ou será que tudo isso não passa de uma jogada pessoal só para se aproximar de Teresópolis, de olho na África?! O futuro dirá.
Adriano Berger
Autor de “O esporte, a sociedade e mundo dos negócios”
Quer participar? Envie seu texto para apenasumpontoesportivo@gmail.com Assunto: Convidados
5 comentários:
Na boa, o texto está perfeito... Queria até poder colocar uma assinatura embaixo...risos
E o blog está lindo, muito mesmo...Parabéns e sucesso!!!
Abração,
Douglas Nacif
Aí está o novo Ponto Esportivo!!
Parabéns Rafaela, por esse projeto audacioso, planejado e arquitetado por você, e que rendeu esse lindo blog esportivo. É uma alegria para mim estar presente aqui em plena inaguração!
Vida longa ao blog, e sucesso!!!
Adriano Berger
Sim é sempre bom repatriar craques para o futebol brasileiro, mas acredito que os clubes precisam investir mais na categoria de base, por exemplo o corinrhians até agora não subia ninguém daquele ime da Copinha, então me pergunto ´gasta-se uma boa grana da base, mas sobe ningué, então pra que manter as categorias de base se o retorno não está sendo positivo.
Belo texto, Abraços
Olá,Rafaela!
A renovação do blog ficou fantástica!
Uma jogada maestral contar com o talento do querido e talentoso Adriano.
Sou fã no blog dele e também por aqui.
Texto perfeito!
A nova posição dos times brasileiros com certeza tem surtido efeitos positivos.
Contudo,fico com a pontinha de dúvida do final do artigo:acho que existe uma estratégia para ficar pertinho de Teresópolis.Em especial,o retorno de Robinho.
Abs!
Estou seguindo vc me seguem lé ANA PAULA DO FLOG DO ÉDER BJS
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