O ano de 2011 foi marcado por contrastes.
O Santos teve sua história misturada com a de Neymar e Ganso, girava em torno dos dois jovens toda a badalação e até a "magia" do futebol brasileiro. Neymar virou herói nacional antes mesmo de obter resultados significativos, ainda um menino que faz molecagens. Uma torcida brasileira( mais santista, mas brasileira) com sede de futebol bonito colocou nas costas dele a responsabilidade de mudar o cenário do futebol nacional.
O Santos também foi atormentado com a possibilidade da saída, ou não, dos dois para a Europa, o que não aconteceu, pelo menos não até agora. Neste ritmo o Santos ganhou o Paulista e não deixou escapar a Libertadores da América, depois de muito tempo teve a América a seus pés, alguns de seus torcedores só conheciam os títulos pelo que contava a história. (
No dia do Tri, cidade de Santos parecia em final de Copa do Mundo)
Depois disso o Brasileião foi pífio, um grande engano, porque não ajudou o time a se preparar para enfrentar o "todo poderoso" Barcelona. O time catalão que é o inverso de tudo o que nossos times são em matéria de organização, deu um show e deixou o Brasil e o mundo boqueabertos, ficando com o campeonato mundial.
O time do Parque São Jorge começou o ano mal, perdendo jogos bobos e principalmente sempre envolvido nas discursões referentes ao "Itaquerão", vitima da arrogância de André Sanches também, eu digo vítima porque no momento em que precisamos fortalecer o futebol em prol da Copa do Mundo, da estruturação do país e da reformulação do trato com jogadores e dirigentes, o presidente do Corinthians( não só ele, veja o J.J. abaixo)voltou no tempo e fez tudo o que não se espera de um líder, porque ao contrário do que a apaixonada torcida acredita cegamente, o comandante de uma instituição tem que ter cabeça fria, saber lidar com as emoções e analisar prós e contras em tudo, não se envolver em brigas de ego na TV.
Todavia, graças a Deus, não só disso o time alvi-negro é feito e depois de uma passagem patética pela Libertadores, perdendo de forma vergonhosa pro desconhecido Tolima, fez um campeonato Brasileiro bom o suficiente para enlouquecer toda a torcida adversária. Se podemos chamar algo de comoção nacional é o tanto que as pessoas se unem para torcer contra o Corinthias. É líder do desgosto popular, fato que nada importa e ainda incentiva mais sua apaixonada torcida, campeã brasileira de 2011.
O ano são-paulino foi marcado pelo
100ºgol de Rogério Ceni, 1000 jogos com a camisa do São Paulo, 21 anos de carreira, tudo muito importante, recordes únicos e inesquecíveis, mas nada disso fez o time do Morumbi ser fantástico.
Neste ano o técnico mudou demais, Carpegiane, Adilson Batista, Leão e os interinos entre um e outro. Diversas confusões envolvendo
Dagoberto, que foi embora a preço de banana e vai fazer falta no time, apesar de muitos jornalistas afirmarem que ele era o grande problema de relacionamento da equipe, de qualquer forma estamos perto de descobrir.
Juvenal Juvêncio faz duplinha com André Sanches( leia no Corinthians acima) pressiona treinadores, agora deu para declarar na imprensa que os jogadores fazem corpo mole, esbanja antipatia e arrogância, faz o ego daqueles torcedores sem nada na cabeça subir lá nas alturas, todavia o ano mostrou que humildade é necessário meu caro presidente, sem ela podemos até ir longe, mas a queda será maior. J.J. ainda se reelegeu após uma manobra política que está sendo contestada pela oposição na justiça.
Você acha que com tanto marketing "fale de mim" deu tempo para pensar em futebol? Claro que não.
Para 2012
Uma querida amiga santista, me enviou um texto para dividir com vocês, desejando um feliz ano novo " à moda Barcelona" conhece? Segue o texto cujo autoria é atribuída a Marcelo Quintela. Que nossas vidas e nossos clubes encarem essa filosofia.
Obrigada pela dica Isabel.
Chegamos em 2012, mas a retrospectiva ainda não acabou.
Beijos!
DESAFIO VOCÊ A "BARCELONIZAR" SUA VIDA EM 2012
Pensei que eu já tinha visto um time jogar bola... Não tinha ainda. Vi ontem, domingo, dia 18 de dezembro de 2011.
Só agora entendi o que nossos pais querem dizer ao se referir aos tão
saudosos tempos do Santos de Pelé e seu esquadrão. Eu, nascido três anos
depois da conquista de 70 no México, só fui ver um show nos gramados
quando testemunhei muito menino a seleção de 1982. Depois disso, como
todos os brasileiros, me acostumei a chamar de “futebol-arte” umas
gingadas pra cá, umas pedaladas pra lá, uns showzinhos particulares de
uns pés iluminados, e que tão rápidos correram para o rico esporte
europeu.
Ontem, entretanto, eu vi o Barcelona jogar.
O
Barcelona é uma empresa. Seus clientes são exigentes. Não aceitam menos
do que um espetáculo. E quem quer conquistar o mercado do
entretenimento mundial tem sim que buscar excelência em tudo que faz,
planeja, semeia e colhe, pela força do mérito e não da sorte. Os
empresários da bola descobriram o que um dia antropólogos vão tentar
explicar: A gente é simplesmente doido por uma linda partida de futebol.
Não sei o que acontece com a alma humana... O futebol é nossa arena e
os jogadores, nossos gladiadores. Nossos times são nossa representação,
nossa síntese, nossa forma de demonstrar paixão... E no Brasil isso
ultrapassa o limite da compreensão.
Mas agora já posso dizer que eu vi um time jogar de verdade...
Só me resta voltar a “quase-me-divertir” com os torneios nacionais e
latino-americanos, onde a mediocridade, a indolência, a sacanagem, a
bandidagem e a politicagem IMPERAM sem nenhuma voz a se levantar pra
denunciar essa MÁFIA ao redor dos campos. Voltarei também a admirar
dentro do campo a nossa famosa cultura do jeitinho, da catimba, do
“juiz-sempre-ladrão”, do “recuar-para-jogar-no-contra-ataque” depois de
fazer “meio-gol”. Voltarei a toda essa preguiça de atletas cansados que
ganham milhões e ainda assim têm a cara de pau de forçar o segundo
cartão para não viajar com o time no domingo de balada. Voltarei a essa
novelinha-das-seis que a TV e toda a mídia dá um jeito de ficar
emocionante para quem sofre muito e se contenta com pouco.
Eh, mais nunca esquecerei... Ontem de manhã descobri o que é um time de verdade.
Amante do futebol, nunca esquecerei...
A ufanista seleção brasileira seria massacrada pelo Barcelona. Porque a
“seleção” é a mais concreta evidência dessa ZONA, dessa ganância
atrapalhada que mistura dinheiro privado com coisa pública e prepara a
COPA DOS SUPERFATURAMENTOS, a política de caixa 2 que caracteriza nossos
períodos eleitorais TODOS!
Já o SANTOS... Ora, NÃO É DO
SANTOS QUE ESTOU FALANDO. O Santos foi quem nos permitiu assistir a isso
tudo quando venceu o Brasileirão que o levou à Libertadores, e venceu
os latinos todos, levando ainda seu Regional no meio do caminho, tendo
sido então catapultado a essa final privilegiada. Foi o Santos quem nos
levou à Tóquio, à sala de aula, pra tomar umas boas surras na bunda! Na
bunda de santistas, mas também de corinthianos, palmeirenses,
flamenguistas, gremistas, sãopaulinos, comentaristas, cartolas e todos
os brasileiros...
O Santos? O Santos não tem nada haver com minha reflexão. O Santos é o que temos de menos pior!
Coloca o Neymar dentro da estrutura que o Messi tem ao redor de si e
todos saberão que ninguém é “o melhor jogador do mundo” sozinho. Quem
sabe, vestindo a camisa do Messi, nosso jovenzinho moicano faria coisas
ainda nunca vistas, impensáveis aos nossos olhos...
Minha questão, desse modo, é outra: Somos nós... Nós somos soberbos demais para futebol de menos.
E nosso atual futebol é só reflexo da cultura da qual a gente
idiotamente se orgulha: A cultura do “deixa como está para ver como que
fica”; a prática do nivelamento por baixo que domina nossas escolas,
universidades, empresas, ONGs, publicações, ações sociais, políticas e
quase TUDO o mais nesse país.
Acorda gente!
Alguém viu o Barcelona dar chutão, “chuverinho” pro nada, bola rifada pro meio do campo?
Alguém viu algum “espanhol” comemorar que conseguiu proteger a bola até
que ela saísse por escanteio? (e a torcida aqui ainda vibra com
isso!!!). Alguém viu o Barcelona recuar todo o time depois do primeiro
gol? Viram algum jogador cansado? Não perceberam os caras tentando tirar
a bola da mão do Rafael quando o jogo já estava em seu final? (Aliás,
se não fosse o Rafael...)
Alguém viu o Messi “provocar” falta? Viram-no se jogar dentro da área feito ator de cinema sem ninguém ter lhe tocado?
Não perceberam quantas e quantas vezes ele poderia ter caído ontem? Mas
será que a torcida do Barcelona se contenta com bola parada perto da
área porque falta coisa melhor para fazer em campo?
Enquanto
você está pensando que estou nos ridicularizando, veja como somos
ridículos mesmo: nos nossos campos, quando um de nossos times está
ganhando de “quase 1 x 0”, nossos melhores jogadores sofrem uma
“quase-falta” e ficam “quase-mortos” estrebuchando na grama, em
dramáticos giros e convulsões. Aí param o jogo, brigam os demais, o juiz
autoriza a entrada do carrinho, os paramédicos recolhem o lesado, o
carrinho se move lento para fora do campo, os comentaristas até fingem
que estão preocupados, e então, o cidadão cruza as linhas laterais,
levanta “quase-mancando”, solicita sua reentrada imediata em jogo, já
quase pulando, e volta como se nada tivesse acontecido... Meu Deus! A
gente acha que isso é um espetáculo? Só se for de teatro! Se toda vez
toda a torcida vaiasse o pilantra queria ver se algum desses “heróis”
continuaria a fazer a cena de sempre...
Nós temos orgulho da malandragem. O cara só tá errado se for do time adversário!
A gente é assim...
Aí, no encontro com a EXCELÊNCIA no Japão, fica essa postura brasileira
toda subserviente, afetada, psicologicamente submissa, reverente demais
para quem queria ser campeão. O Santos em campo parecia o adolescente
que encontrou com seu ídolo – seus personagens de games de futebol – e,
emocionado, subiu no palco para pedir autógrafos e abraços, cortejando
gente de seu próprio tamanho.
O Santos ontem encontrou com o futuro. Tomara que tenha encontrado o seu próprio.
Tomara também que o Brasil ex-país do futebol aprenda a lição. Eu,
sinceramente, não acredito. Tem que mudar todo um povo e sua corja de
“políticos, covardes, estupradores e ladrões”... tanto os da esquina
como os que roubam grandes somas sob o teto do Congresso Nacional! Todo
mundo quer ganhar fácil nesse país-que-não-é-sério... Não é sério!
Bom...
Mas de minha parte – e o motivo que escrevo é só para desafiar você a
fazer o mesmo – vou em 2012 procurar semear com muito trabalho e
dignidade, aceitando perder no meio do caminho para ganhar no final, um
dia, quando chegar a hora, quando eu estiver preparado, sem rezas,
mandingas, choro nem vela. Minha obrigação como pai, marido e
profissional é investir, treinar, me dedicar, plantar as melhores
atitudes, regar os melhores hábitos, buscar o melhor gerenciamento de
meus problemas.
No mais, de GRAÇA só tenho o Amor de Deus. O resto é mérito, conquista, peleja, suor e lágrimas...!
Em 2012, vou procurar voltar com amor para casa e com toda garra para o
trabalho... Com “sangue-nos-olhos sim (!), mas sem pisar em ninguém;
sem desrespeitar quem quer que seja, mas sem ter medo de nada; sem achar
que ser o melhor possa ser um golpe de sorte, e ao mesmo tempo, sem
comemorar as derrotas alheias como se elas fossem aplainar as trilhas
das minhas vitórias.
Em 2012, desafio você a se barcelonizar!
Marcelo Quintela
2 comentários:
Belo texto, Rafa.
Belíssimo!
Inspirador!
Saudações!!!
O Palmeiras teve um ano muito ruim, São Paulo teve fatos marcantes mas não foi bem. Já o Corinthians começou no inferno e terminou no céu.
Abraços
Conexão Paulista
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