1 de maio de 2013

Coisas que esquecemos #15 - A voz do torcedor

Torcedor ( Blog do Gasparetto)
O esporte é um grande espetáculo sim senhor, não sou atleta, mas imagino que não tenha a mínima graça não ter ninguém pra torcer por você, estar ali, gritar o seu nome e dizer: Vamos lá, eu acredito em você. 

O torcedor é como um fã apaixonado, que faz loucuras, gira os meios de comunicação atrás do seu esporte preferido, do seu cantor, do seu jogador, enfim.. da sua paixão. No Brasil, mesmo em época de globalização e de tanta facilidade nos meios de comunicação, tem gente que não tem acesso ao esporte, lendo o depoimento abaixo eu me pergunto se levam o esporte pra Brasília porque não podem levá-lo para a Bahia, da mesma forma que questiono se Rio e São Paulo podem receber etapas do mundial de Vôlei de Praia, porque Fortaleza e João Pessoa com todo seu amor não podem? 

Coisas de quem precisa fazer política e entenda isso como quiser. 

Recebemos um email, de uma torcedora que acompanha o vôlei indoor, que queria fazer um desabafo, dividimos com vocês as palavras dela. 

Franciele, aí está. 
Um grande abraço em todos!

O direito de todos!

No ano de 2000 eu vivia o auge dos meus 13 aninhos, não conhecia muito de vôlei, afinal de contas  o Brasil é o pais do futebol e para quem mora no interior do Nordeste essa premissa ainda se faz mais verdadeira, uma vez que,  essa é a única opção, pelo menos no meu tempo. Em 1999 conheci de fato este esporte, a pessoa a apresentar esse linda modalidade foi a  minha tia,  que assistia naquela época  algumas partidas de vôlei da seleção masculina, isso, quando a globo decidia fazer o favor de transmite as partidas .
Sou muito grata a minha tia, afinal de contas ela me apresentou e fez, com sua paixão contagiante pelo esporte, torna-me tão apaixonada quanto ela. No ano de 2000, eu conheci a Superliga, a cada partida assistida meu amor ia aumentando. Meu time, bom eu não tinha um time, mas a minha tia tinha uma equipe que era apaixonada, um tal de Minas, que dizia ser o melhor time do mundo. Bom, pra mim, depois de uma temporada de competição ficou provado que o Minas era ó time, e sim o melhor do mundo.
Vencemos aquela superliga de 1999/2000 e mais a de  2000/2001,  2001/2002 e 2006/2007. Minha paixão aumentava a cada partida, a cada ano de emoção. Que lindo que é o esporte, e como ele tem o poder de nos fazer acreditar sempre na vitória, em admirar a técnica. Tornaria a partir de 2000 uma fã louca e frustrada.  Sim, muito frustrada.
Qualquer fã quer ver seu ídolo de perto, quer ver uma partida gritando e incentivando a equipe. Ué, eu também queria sentir esse prazer de ver  uma final de superlia, ou uma  partida da Liga mundial. Mas essa vontade louca, não seria possível, e ainda não é, e isso é o mais chato  da história.
Moro no Nordeste, no interior do Nordeste, um lugar “perto de Salvador,” as condições monetárias por aqui não são  de pobreza, mas não dá também pra visitar a capital mineira e assistir a uma partida de vôlei, tendo que bancar passagem, hospedagem e alimentação. Enfim, não posso ainda ver os meus ídolos, não posso ainda sentir essa emoção que minhas amigas mineiras e cariocas esperam tanto em épocas de competição, cá pra nós como é bonito ver um ginásio lotado com fãs loucamente apaixonados pelo time, gritando, incentivando a todo o momento o time. Eu só sei disso pela TV.
As vezes acho que deveria me conformar, afinal de contas em meu estado não tem nenhuma equipe de vôlei. Mas não me  conformo, porque isso é triste. Porque  vôlei de auto rendimento não deveria ser restrito como privilégio de uma parte da população, essa localizada na região, sudeste e centro-oeste. Porque só tem acesso ao vôlei pessoas que moram nestas regiões. (exceto algumas exceções).
No dia 22/11 de  2012 o jornal folha de São Paulo publicou  em seu site uma reportagem com o título: “Confederação de vôlei quer implantar Superliga itinerante” a matéria dava destaque para a falta de times do Nordeste na maior competição da modalidade  no pais. Até coisa normal. No entanto, algo chamava minha atenção, uma declaração do Senhor presidente da federação internacional dizia:
“Para evitar que apenas duas regiões abriguem jogos do torneio, a entidade pretende implantar uma Superliga itinerante. Para popularizar ainda mais o vôlei, vamos viajar pelo Brasil. É preciso pensar não só no lado esportivo, mas também do marketing. Muitas empresas querem expor suas marcas em novos mercados O Estado que quiser um jogo da Superliga só precisa nos ligar que vamos levar”.
Ual, viva ao Ary, viva a CBV. Tá bom, isso ainda não aconteceu e não será nessa temporada que vou assistir a uma partida do Minas, para minha tristeza passarei mais uma temporada e continuarei frustrada por não ver meus ídolos, por não acompanhar uma partida..
O que quero dizer com esse texto, falando da minha paixão e do meu amor pelo Minas, que hoje divide o meu coração com o time do Sada/Cruzeiro a quem admiro muito. É que, além da torcida mineira, carioca, paulista, existe um monte de outras  torcidas. Torcedores que não tem condições pra viajar, torcedores apaixonados que querem ver seus times de perto, que querem torcer,  ver um jogo em seu  estado. E isso deveria ser garantido pela confederação, afinal de contas somos um só país, mas no vôlei, parece que Brasil é igual a Rio, São Paulo e Minas.
Franciele Viana 
( Vôlei Nordeste)




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