19 de janeiro de 2013

Memórias de 2012 #18 - Gosto Amargo

Na volta de Ricardinho, seleção Masculina de vôlei faz a pior Liga Mundial da Era Bernadinho. Ano ainda seria marcado pela histórica derrota contra a Rússia na decisão olímpica


Como o destino é traiçoeiro e como o esporte é tão cruel! Nos últimos anos, nenhuma outra seleção conseguiu nos dar tantas alegrias quanto o grupo comandado por Bernardinho. No comando da equipe desde 2001, foram oito títulos de Liga Mundial, dois de Copa do Mundo, um ouro olímpico em Atenas 2004, prata em Pequim 2008 e tantos outros motivos de orgulho que fizeram muitos torcedores afirmarem que o Brasil já não era mais apenas o país do futebol.

E em ao olímpico, a expectativa era continuar na saga amplamente vitoriosa. Antes dos Jogos de Londres, o aperitivo seria a Liga Mundial. Ricardinho, fora da equipe desde os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, estava de volta.

Depois de colocar o Vôlei Futuro na decisão da Superliga 2011/12, a volta do levantador não era unânimidade no grupo, mas muitos eram os torcedores que acreditavam na sua experiência para buscar reconquistar o ouro perdido nos Jogos de Pequim 2008.

Experiência realmente não faltava, mas a convocação de Bernardinho acabou trazendo consequências negativas. Sem se achar em quadra, a seleção foi perdendo, perdendo, fazendo partidas irreconhecíveis e se distanciando muito daquela equipe tão acostumada a vencer.

Para piorar, os poloneses Kurek, Bartaman, Mozdzonek, Ignaczak e Cia. jogavam para fazer história. Depois de derrotarem quatro vezes a equipe brasileira, o primeiro título mundial ficaria nas mãos de uma torcida tão apaixonada por vôlei quando a nossa. Aos brasileiros, caberia um indigesto sexto lugar geral, pior coloção da seleção em toda a Era Bernardinho.

Mas, se o ano era olímpico, nada melhor que um ouro para esquecermos rapidamente aquela competição que, no final das contas, não valia nada.

Tudo estava indo absolutamente bem até o segundo set da final olímpica contra os russos: placares tranquilos ( (19-25, 20-25), dois match points e certeza que o terceiro ouro olímpico da história já estava mais do que garantido.

Mas, eis que os russos colocariam água no nosso chop. Depois de vencerem os três sets restantes, todo aquele orgulho acabaria se transformando em dor, decepção e muita tristeza. Aquela conquista, que eternizaria a carreira de Bernardinho, além de não vir, acabou colocando em xeque anos e anos de trabalho do treinador.

Todas aquelas imagens de peixinhos em quadra, sorrisos, abraços, etc, acabou cedendo lugar a expressões de choro, abatimento e muita tristeza. E, para a exigente e mau acostumada torcida brasileira, aquela prata pouco significaria.

Aquele Dia dos Pais aqui no Brasil, que deveria terminar em festa, acabou ganhando clima de velório, por "culpa" justamente daqueles que mais nos fizeram comemorar nos últimos anos.

Certamente, um dos mais duros golpes do destino em 2012!


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