Na semana em que se comemora o Dia da Poesia e após 23 anos de versos descompassados sob o comando de um poeta pouco querido, o futebol brasileiro vive a esperança de voltar a rimar bonito novamente.
Metáforas à parte, com Ricardo Teixeira fora do comando da CBF, muitas são as expectativas para que o futebol brasileiro volte ao tempo em que jogadas como as de Zico, Júnior, Falcão, Roberto Dinamite e cia. usavam e abusavam da licença poética dos gramados.
Teixeira renuncia o cargo deixando títulos sul-americanos, mundiais e cofres abarrotados para uma seleção que também ficou marcada pela perda de identidade nacional, pela ausência de grandes ídolos como no passado e pela falta de requinte futebolístico nesses últimos anos.
Em 1989, no mesmo ano em o ex-mandatário assumia o cargo na CBF, Chico Buarque, ao seu jeito bem peculiar de fazer poesia, homenageava essa paixão dos brasileiros.
O Futebol - Chico Buarque
Para estufar esse filó
Como eu sonhei
Só
Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca
Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga
(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para
Didi para
Pagão para Pelé e Canhoteiro)
Como eu sonhei
Só
Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca
Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha
Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da idéia quando ginga
(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para
Didi para
Pagão para Pelé e Canhoteiro)
Um comentário:
Incrível como uma instituição como a CBF pode aturar esse picareta por tanto tempo... e ainda dizem que vivemos numa democracia... Agora entrou o ex-ditador de 80 anos...
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