10 de dezembro de 2011

Muito prazer, Maurício Bara. Técnico da estreante UFJF

Bara (1º em pé à esquerda) e seus novos comandados. Foto: UFJF
Um time estreante, mas com um grupo de jogadores bem rodados na Superliga. Essa é uma pequena definição da UFJF, equipe juiz-forana que foi vice-campeã da Liga Nacional e se garantiu entre os 12 participantes da edição 2011/12 da maior competição de vôlei do país.

Publiquei a matéria na última quinta-feira, dia 8, no Primeiro Set, mas apresento também a vocês, leitores do Apenas Um Ponto Esportivo, a linda história de um técnico e professor de educação física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) chamado Maurício Bara, que colocou na cabeça que levaria o então modesto time de estudantes/atletas da faculdade até a Superliga.

Poucos apostaram, mas hoje a equipe faz a sua tão sonhada estreia contra o Vôlei Futuro. Uma história de determinação, garra, amor e muita superação. Confira um pouco mais sobre a história, metas e objetivos desse projeto:

Quando começou o projeto e quais as primeiras dificuldades encontradas?
O projeto começou há 4 anos, com a disputa de pequenas competições. Aos poucos, fomos amadurecendo e passamos a disputar algumas edições da Liga Nacional. Quando eu passei a falar em Superliga, diziam que eu estava louco. No entanto, me blindei contra as críticas e fiquei focado no trabalho de dentro das quadras. E lá, nem os próprios jogadores não acreditavam. Tive que convencer os atletas a jogarem de graça, levar a equipe na “marra” para os campeonatos. Vários atletas ficaram pelo meio do caminho porque não acreditaram que íamos chegar aonde chegamos. Sustentar essa motivação, certamente, foi o mais complicado.

Quais os planos da equipe para essa primeira disputa de Superliga?
Tivemos muita dificuldade financeira para fechar a equipe, mas agora que o time está formado, sem grandes estrelas, mas com uma base experiente, estaremos buscando fazer uma campanha de forma que a equipe inicialmente possa se manter na Superliga. Queremos fazer um ano descente. A ideia inicial é fazer uma equipe competitiva nos jogos dentro de casa. A princípio, o objetivo é buscar vitórias de equipes de porte como o nosso e beliscar alguns pontos em outras partidas maiores.

Vocês pensam em ficar entre os oito melhores colocados da primeira fase?
A meta é ficar entre os 10. Conquistar a oitava vaga já seria uma vitória para gente. Fomos a última equipe a se classificar e a contratar. Além disso, tivemos um curto período de treinamentos. Mas temos na história da Superliga várias equipes que superaram todos esses problemas parecidos com o nosso. Acho que o brasileiro tem que aprender a lidar com isso. Temos que ser realistas. Temos que ter os pés no chão e trabalhar, num primeiro momento, ficar entre os 10.

Agora com a vaga assegurada, como você espera o retorno da torcida local?
Acredito que em Juiz de Fora só vamos conseguir esse apoio se as vitórias vierem. A cidade, mesmo berço de grandes nomes como Giovanne Gávio e Márcia Fu, ficou morta como equipe durante muitos anos. Temos que despertar novamente o envolvimento do torcedor. E, de certa forma,  a campanha na Liga Nacional retomou esse entusiasmo com o vôlei local.

Em Minas mesmo, lá em Montes Claros, temos um caso surpreendente de amor entre time e torcida. Como você analisa essa relação?
Em Montes Claros, é outra coisa. Um exemplo simples: fomos fazer um amistoso lá em 2010 e quando o jogo acabou o prefeito da cidade foi falar com nossa equipe dentro de quadra. Ou seja, lá todos de envolvem com o voleibol. E isso projetou a cidade a nível nacional: ela passou a ser conhecida no Brasil inteiro pelo voleibol.

Vivo/Minas, Sada/Cruzeiro, BMG/Montes Claros e agora Londrina/Sercomtel/Martminas e UFJF. Com cinco times mineiros na Superliga, o que corresponde a 41% do total, pode-se dizer que Minas Gerais é o estado do voleibol?
Mineiro adora vôlei. Belo Horizonte é um fenômeno, Montes Claros é um fenômeno e a expectativa é que Juiz de Fora também se transforme num fenômeno no vôlei.

Você chega a sentir medo de não conseguir realizar uma boa competição e abandonar a Superliga em 2012?

Eu não tenho medo. A gente chegou até aqui e só vai jogar a Superliga se não tivermos medo. Caso não consigamos permanecer, que disputemos novamente a Liga Nacional em 2012. Medo eu não tenho, mas acredito que vai ficar uma pontinha de decepção tanto para gente quanto para a cidade.

Para finalizar,  quais serão os favoritos ao título?
Bara: Na verdade, não vejo uma e sim algumas equipes favoritas. Elejo seis: SESI, RJX, Vôlei Futuro, Sada Cruzeiro, Minas e Cimed.

Confira os atletas que defenderão a equipe:

Nome: Clinty Riw da Rosa
Posição: Ponteiro
Último clube: Volta Redonda

Nome: Pedro Galetti Azenha
Posição: Oposto
Último clube: Londrina

Nome: Juliano Jerônimo Dias
Posição: Líbero
Último clube: Seleção Brasileira Militar

Nome: André Luiz Silva
Posição: Levantador
Último clube: Universo

Nome: Guilherme Magnani Hage
Posição: Ponteiro
Último clube: Minas

Nome: Rodrigo Alves dos Santos (Jardel)
Posição: Central
Último clube: Cimed

Nome: Matheus Caporal Teixeira
Posição: Líbero
Último clube: SADA Cruzeiro

Nome: Danilo Gelinski
Posição: Levantador
Último clube: SADA Cruzeiro

Nome: Gustavo Folle Weber
Posição: Central
Último clube: Benfica (Portugal)

Nome: Silvio Satiro dos Santos
Posição: Central
Último clube: Vega (Espanha)

Nome: Diego Henrique Zancanela de Almeida
Posição: Central
Último clube: Vôlei Futuro

Nome: Rafael Baroni
Posição: Ponteiro
Último clube: Santo André

Nome: Filipe Quirino Cipriani
Posição: Central
Último clube: Azul (Argentina)

Nome: Leonardo Daniel Rodrigues
Posição: Oposto
Último clube: Porto Rico

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