Relutei a falar sobre a Copa, primeiro porque por mais que a festa seja linda preferia investimentos em outras áreas do que na construção de estádios de futebol os quais nem parecem ser nossos de tão luxuosos, cobertos de um esplendor que certamente não teremos condição de bancar quando tudo tiver acabado, palcos belos no tão falado "Padrão FIFA" os quais gostaríamos de ter todos os dias principalmente nas escolas, pois investir em educação é o princípio de tudo para cuidar do futuro do país.
Mesmo assim, vamos falar de futebol. O esporte não tem culpa de estar manchado com toda essa corrupção que nos cerca.
O Brasil conseguiu um fato histórico e inédito: tomou 10 gols em menos de uma semana, em casa, sem reação... sem força, sem perspectiva de mudar.
Falou-se em apagão no jogo contra a Alemanha, críticas e piadas espalharam-se aos quatro cantos, sobrou pra todo mundo, procurou-se culpados e respostas para o inexplicável. A ausência de Neymar foi apontada como uma das principais causas da derrota. Eu comecei sentindo falta de um capitão( é verdade que o nosso estava suspenso), pois a minha primeira impressão era de um time perdido em campo, homens correndo sem direção, todos eles. Vi o David Luis sair da zaga diversas vezes e voltar correndo desordenadamente, aquilo já não parecia normal. Faltou, só pra começar, organização em campo, chamem do que quiser: estratégia, esquema tático, aplicação... sei lá, no primeiro gol todos os brasileiros estavam de um lado e o jogador alemão sozinho do outro. Sozinho?
E foi gol. Lógico que foi, naquele momento o que não se esperava era que a porrada surtisse um efeito tão forte, mas foi avassalador, senti novamente a falta do líder, aquele que briga, chama a responsabilidade, diz vai você ou então fica aqui. Não tinha marcação, coragem e nem qualidade e aí o resultado foi o vergonhoso 7x1.
Felipão usou de teimosia para fazer valer o que acreditava, manteve o Fred até o final, não que ele seja o único culpado, afinal existem mais 10 em campo, mas vivia um momento ruim e foi jogado aos lobos para ser comido vivo. Ele também bancou o Júlio César, mesmo sendo um cara legal precisava de mais pra ser o nosso goleiro. Insistiu nos erros para acertar, mas o tempo era curto e não era a hora de testes.
Aqui eu falo do que li e ouvi por aí: planejamento. Alemanha e Holanda investiram em estratégia, e ação. É preciso disciplina e estar atento as estratégias traçadas, mudando-as caso necessário para se cumprir um planejamento elaborado. Qual foi o plano do Brasil? Ser campeão é a meta e não plano, como foi traçado?
Quando se esperava uma alma lavada se viu novamente um grupo sem coordenação, todo mundo perdido e só não tomou mais porque hoje Tiago Silva, mesmo fazendo o penalti no inicio do jogo, gritou, mandou um pra cá outro pra lá, segurou o David Luis ( só um pouco é verdade) que ficava avançando toda hora e tentando fazer mais do que lhe era pedido. Nessa confusão, Oscar, de quem eu como são-paulina não confio muito, se destacou, correu, lutou e se mostrou emocionado. É um garoto que vai levar na bagagem 10 gols.
De tudo isso fica a torcida brasileira, a qual foi brilhante, simpática e acolhedora. Falhou ao vaiar o hino chileno, mas reconheceu os alemãs e hoje os holandeses. Brasileiros que acolheram as seleções espalhadas pelo pais, tentaram se comunicar com os irmãos estrangeiros do jeito que dava, o mundo não vai esquecer o que oferecemos de melhor. Poderiam esquecer esses 10 gols, a gente não liga.